Home RegiãoJustiça condena município de Imbé por corte irregular de árvores na orla do Rio Tramandaí

Justiça condena município de Imbé por corte irregular de árvores na orla do Rio Tramandaí

por Anderson Weiler

Uma decisão judicial recente reconheceu a ilegalidade no corte de 74 árvores na orla do Rio Tramandaí, em Imbé, e impôs diversas obrigações ao Município. O caso envolve a supressão de 72 casuarinas e duas árvores nativas na Avenida Nilza Costa Godoy, em área classificada como Mata Atlântica e de Preservação Permanente (APP).

O corte, segundo apontado na ação, ocorreu sem o devido licenciamento ambiental, o que resultou em duas ações judiciais — uma popular e outra civil pública — julgadas em conjunto. Além de proibir futuras intervenções sem autorização ambiental, a Justiça determinou a apresentação e execução, no prazo de um ano, de um Projeto de Recuperação de Área Degradada (PRAD), que deverá ser aprovado pelo órgão ambiental competente.

A sentença também fixou indenizações financeiras. O Município deverá pagar mais de R$ 9 mil por danos ambientais não reparáveis e, junto ao prefeito, foi condenado solidariamente a pagar R$ 75 mil por danos morais coletivos. O valor será destinado ao Centro de Estudos Costeiros, Limnológicos e Marinhos (CECLIMAR), com prestação de contas obrigatória sobre sua aplicação.

De acordo com o processo, o corte das árvores foi justificado pela intenção de instalar uma rede elétrica subterrânea. No entanto, um parecer técnico elaborado durante a investigação apontou que a supressão não era necessária. Mesmo sendo espécies exóticas, as árvores exerciam funções ambientais importantes, como a proteção contra a erosão da orla e abrigo para a fauna.

O Ministério Público havia proposto um termo de ajustamento de conduta (TAC) para evitar a judicialização, mas o Município não respondeu, o que levou ao ajuizamento da ação. Com a sentença, fica reforçada a obrigatoriedade de respeitar as regras ambientais, especialmente em áreas sensíveis como a orla do Tramandaí.

O caso envolve a supressão de 72 casuarinas e duas árvores nativas na Avenida Nilza Costa Godoy
| FOTO: REPRODUÇÃO VIAGENS E CAMINHOS