Levantamento mostra que o metro quadrado em Torres chegou a R$ 20,7 mil, impulsionado pela escassez de terrenos, alto padrão construtivo e atrativos naturais.
Um levantamento da Inteligência de Mercado DWV apontou que Torres atingiu em 2025 o valor de R$ 20.781,31 por metro quadrado, superando cidades consagradas do cenário imobiliário nacional, como Gramado (R$ 20.153,05) e Curitiba (R$ 14.136,06). O dado coloca o município litorâneo entre os mais valorizados do Brasil e reforça a percepção de que o mercado imobiliário local alcançou um patamar de destaque.
Segundo construtoras, imobiliárias e a própria prefeitura, a combinação entre paisagem natural singular, infraestrutura urbana, escassez de terrenos e demanda crescente por imóveis de alto padrão ajuda a explicar o fenômeno.
TORRES NO TOPO DA VALORIZAÇÃO
Os números revelados pela DWV mostram uma mudança importante no mapa da valorização imobiliária brasileira. Até pouco tempo atrás, cidades serranas como Gramado lideravam os índices no Rio Grande do Sul, enquanto capitais como Curitiba se destacavam na região Sul. O novo ranking, porém, aponta que Torres deixou de ser apenas um destino turístico para se consolidar como um dos mercados imobiliários mais caros do país.
O preço médio por metro quadrado, R$ 20,7 mil, não apenas reflete o padrão construtivo dos empreendimentos locais, mas também a pressão do mercado por imóveis próximos ao mar, às falésias e às áreas de preservação.
A VISÃO DO SETOR DA CONSTRUÇÃO
Para o presidente da Associação das Construtoras e Incorporadoras de Torres (Actor), Ramon Krás, os números confirmam uma tendência de valorização sustentada.
“A Associação destaca a valorização do metro quadrado em Torres. O valor divulgado reflete o padrão das construções realizadas na cidade, que buscam sempre o melhor em produtos, tecnologia e qualidade. Além disso, as belezas naturais de Torres potencializam ainda mais cada empreendimento, tornando o município um dos destinos mais atrativos para viver e investir. Ressalta também a credibilidade das construções e das incorporadoras existentes na nossa cidade”, afirma.
O depoimento reforça a ideia de que o setor da construção civil local conseguiu criar um diferencial competitivo, combinando arquitetura moderna, materiais de ponta e credibilidade empresarial.
EXCLUSIVIDADE E ESCASSEZ DE TERRENOS
Para Laurinei Monteiro Rodrigues, diretor da Construtora Monte Bello, a valorização está diretamente ligada às características únicas da cidade.
“O valor do metro quadrado em Torres reflete uma combinação de fatores que tornam a cidade única. Temos uma geografia privilegiada, com mar, rio e falésias, como as do Parque da Guarita, verdadeiras joias do Rio Grande do Sul, que limitam a expansão urbana e geram escassez de terrenos. Somado a isso, há uma demanda crescente por imóveis de alto padrão, impulsionada pela busca de qualidade de vida e pela beleza natural da região”, destaca.
Na visão dele, a cidade consolidou-se como destino de investimento e lazer, com infraestrutura completa, eventos de grande porte e empreendimentos modernos que elevam o padrão construtivo. Essa soma de exclusividade e procura qualificada, explica, é o que mantém o preço em patamares elevados.
O PAPEL DA INFRAESTRUTURA E DA QUALIDADE DE VIDA
A Rdimer Construtora aponta que a valorização não se explica apenas pelas falésias e pela orla, mas também por fatores menos visíveis, como saneamento e revitalização de espaços públicos.
“Torres possui pontos que merecem destaque na valorização. O primeiro é a abundância de recursos e belezas naturais. Além disso, a área central funciona como um grande condomínio, delimitado naturalmente por rio, mar e reserva, criando escassez de terrenos. Outro ponto crucial é a infraestrutura, desde vias e praças até a crescente oferta do comércio local. Também merece destaque a extensa rede de tratamento de esgoto, que impacta diretamente na balneabilidade das águas. Por fim, o investimento massivo em arquitetura de alto padrão gera um valor estético e funcional diferenciado”, destacou a empresa.
UM MERCADO IMOBILIÁRIO SÓLIDO E PROMISSOR
Para Jeferson Selau, sócio-diretor da Nossa Casa Imóveis, o patamar atingido não é circunstancial, mas fruto de uma evolução consistente.
“O mercado imobiliário de Torres atingiu um patamar diferenciado nos últimos anos. A infraestrutura em constante expansão, a demanda crescente por moradia e segunda residência, além do aumento de lançamentos de alto padrão, reposicionaram Torres como referência no litoral gaúcho. Esse cenário atrai investidores e famílias que buscam qualidade de vida, segurança e rentabilidade a longo prazo”, avalia.
Segundo Selau, a valorização contínua mesmo em períodos de instabilidade é um dos sinais de que Torres consolidou-se como um mercado seguro e promissor.
A POSIÇÃO DO PODER PÚBLICO
A Prefeitura de Torres também se manifestou sobre os resultados da pesquisa. Para o município, os números confirmam o impacto positivo de políticas de ordenamento urbano e de preservação ambiental.
“O atual patamar resulta de fatores históricos, geográficos e econômicos que consolidaram a cidade como referência turística e imobiliária. Torres é o único município do estado com praias de mar aberto, reconhecidas internacionalmente pela beleza singular de suas falésias e áreas naturais preservadas. Além disso, investimos em mobilidade, saneamento, saúde, educação e equipamentos públicos, o que aumenta sua atratividade. A política municipal de proteção ambiental e regulamentação do uso do solo mantém o equilíbrio entre crescimento e preservação, agregando valor ao território”, diz a nota oficial.
O governo municipal reforça que a demanda turística ao longo de todo o ano, aliada à limitação geográfica para expansão urbana, intensifica a valorização do solo e projeta Torres como um dos destinos mais valorizados do litoral brasileiro.
TORRES ALÉM DO TURISMO
Se antes a cidade era vista quase exclusivamente como destino de veraneio, hoje ela se reposiciona como alternativa de moradia permanente e de investimento imobiliário.
O perfil de compradores inclui desde famílias que buscam qualidade de vida até investidores de outras regiões do país, interessados na valorização contínua dos imóveis locais. Eventos esportivos e culturais, como o Festival Internacional de Balonismo, reforçam a visibilidade do município e ampliam a procura por residências, hotéis e imóveis para aluguel de temporada.
O QUE EXPLICA OS NÚMEROS
Especialistas apontam que o fenômeno de Torres é resultado de um conjunto de elementos:
Belezas naturais únicas (falésias, ilhas, mar e rios);
Escassez de terrenos, sobretudo próximos ao mar;
Infraestrutura urbana crescente, com saneamento, mobilidade e comércio;
Arquitetura de alto padrão, comparável a grandes centros urbanos;
Credibilidade das construtoras e incorporadoras locais;
Demanda aquecida por imóveis de luxo e segunda residência.
Esses fatores, combinados, fazem com que Torres seja cada vez mais comparada a destinos consolidados como Balneário Camboriú e Florianópolis, ainda que mantendo sua identidade própria.
ENTRE OS MAIS CAROS DO BRASIL
O preço médio do metro quadrado em Torres, acima de R$ 20,7 mil, coloca a cidade não apenas no topo do Rio Grande do Sul, mas também entre os mercados mais valorizados do Brasil.
A comparação direta com Gramado e Curitiba mostra que a valorização não é um fenômeno isolado, mas o reflexo de uma cidade que soube transformar seu patrimônio natural em ativo imobiliário.
Para os próximos anos, a expectativa do setor é de que a valorização continue, ainda que em ritmos diferentes, acompanhando a capacidade de expansão urbana, os investimentos públicos e a demanda do mercado.
O FUTURO
O levantamento da DWV confirma que Torres alcançou protagonismo no mercado imobiliário brasileiro. Superar Gramado e Curitiba em preço por metro quadrado é mais do que uma marca estatística: é o sinal de que a cidade vive um ciclo de crescimento baseado na exclusividade de seu território, na qualidade de seus empreendimentos e na atratividade de seu estilo de vida.
No horizonte, a questão que se coloca é como equilibrar crescimento, preservação ambiental e acessibilidade habitacional, de modo que o futuro da cidade mantenha a mesma harmonia que hoje se vê entre suas falésias e o mar.
