Estrutura do Aeroporto Regional já está pronta, mas operação de voos regulares depende da atração de turistas e do interesse das companhias aéreas
O Aeroporto Regional de Torres está com sua estrutura totalmente pronta e apta a receber voos comerciais regulares. A confirmação coloca a cidade em um novo patamar de potencial, mas também acende um alerta: a infraestrutura por si só não garante a aterrissagem de aeronaves comerciais. O grande desafio, agora, é transformar o potencial turístico de Torres e do Litoral Norte em uma demanda consistente, capaz de justificar a criação de rotas pelas companhias aéreas.
A equipe da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), que assumiu a operação do terminal, já possui projetos e ideias para alavancar a utilização da estrutura. Contudo, a viabilização depende de um esforço conjunto, principalmente do poder público, para tornar o destino economicamente atrativo para o setor aéreo.
Segundo o diretor da Secretaria de Turismo do Estado, Matheus Junges, o trabalho de promoção já está em andamento e gerando resultados. “A secretaria estadual de Turismo tem trabalhado na promoção do destino Torres, como também do destino Litoral Norte e do produto turístico Geoparque dos Caminhos dos Canyons do Sul”, afirmou. Junges destaca que esse esforço tem colocado a cidade no radar de agências e turistas, e que o governo estadual está em articulação direta com as companhias para expandir a malha aérea regional.
Na esfera municipal, o trabalho é focado em criar as condições para que a demanda surja. O Secretário de Turismo de Torres, Gabriel Mello, explica que a atuação da pasta é institucional, mostrando o potencial da cidade para gerar interesse comercial. “É uma relação de consumo”, pontua.
Para construir essa demanda, a secretaria tem investido em ações estratégicas. Uma delas foi a reaproximação com agências de turismo de Córdoba, na Argentina, um mercado emissor historicamente importante para a região. Outra frente, em parceria com o governo do Estado, busca viabilizar voos sazonais de Uruguaiana, na fronteira com a Argentina, para Torres durante o verão. “É um trabalho formiguinha e que a gente precisa aproximar, mas é um trabalho que é desenvolvido junto com a Infraero e com a Secretaria de Estado para que a gente torne Torres atrativo para o público final”, explicou Mello.
Além do turismo de lazer, uma terceira via está sendo explorada: o potencial logístico do aeroporto. A ideia é atrair empresas que possam utilizar o terminal para transporte de cargas, diversificando a operação e gerando receita.
PAPI
Na manhã da última terça-feira (2), o Aeroporto Regional de Torres recebeu uma aeronave da Força Aérea Brasileira. O voo chegou por volta das 8h30 para a homologação do sistema PAPI. O trabalho foi conduzido pelo Grupo Especial de Inspeção em Voo, do DECEA A ação estava prevista para segunda, mas foi adiada pelo mau tempo. O PAPI é um equipamento que auxilia pilotos na aproximação e no pouso. Ele garante o alinhamento correto com a pista, aumentando a segurança. A homologação valida o funcionamento do sistema para uso regular. As aeronaves do GEIV são laboratórios voadores com alta tecnologia. Elas avaliam instrumentos e procedimentos de voo em aeroportos do país. O resultado deve sair em até 45 dias, mas a expectativa da equipe que atua na base torrense é que a homologação aconteça.
