Entrevistas semanais na Rádio Maristela ajudam comunidade a identificar e evitar fraudes cada vez mais sofisticadas.
Com o aumento expressivo dos crimes de estelionato em todo o país, que registrou crescimento de 408% desde 2018, a Rádio Maristela 106.1FM, em parceria com a Polícia Civil de Torres, iniciou uma série de entrevistas semanais com o delegado Marcos Vinicius Muniz Veloso. O objetivo é alertar a comunidade sobre os principais tipos de golpes em circulação e oferecer orientações práticas para evitar prejuízos.
Na mais recente participação, nesta quinta-feira, 31 de julho, o delegado abordou o chamado “golpe do falso parente“, modalidade que tem feito vítimas em todo o Brasil e já circula com força na região de Torres.
Como se dá o golpe do parente?
De acordo com o delegado Marcos Vinicius, esse tipo de estelionato ocorre geralmente por meio do WhatsApp, quando criminosos assumem a identidade de um familiar da vítima, utilizando inclusive informações pessoais e contextuais, como doenças na família, reformas ou dificuldades financeiras. O golpe consiste em solicitar transferências via PIX para contas de terceiros, com a justificativa de urgência.
“É um golpe que parece simples, mas é extremamente perigoso. Os criminosos muitas vezes clonam o WhatsApp da pessoa e usam conversas e situações reais para convencer os parentes. Isso aconteceu comigo mesmo. Um golpista tentou enganar a minha mãe dizendo que eu precisava de dinheiro para pagar materiais de construção. Ela quase fez o PIX, mas antes me ligou por vídeo e evitou a fraude”, contou o delegado.
Abaixo, o delegado Marcos Vinicius dá as melhores dicas para evitar esse tipo de golpe.
PIX em nome de terceiros é sinal de alerta
Uma das principais dicas deixadas pelo delegado é verificar sempre o nome do destinatário do PIX. Segundo ele, esse é um dos indícios mais claros de golpe: “Se alguém diz ser seu filho ou filha, mas pede que o dinheiro seja enviado para uma conta em nome de outra pessoa, desconfie na hora. Confirmações por ligação ou chamada de vídeo são fundamentais”.
Número desconhecido? Não atenda!
O delegado também reforça o alerta quanto ao comportamento com chamadas e mensagens de números desconhecidos. “Curiosidade é uma armadilha. Se não conhece o número, não atenda. E, principalmente, não clique em links ou envie dados pessoais, mesmo que a mensagem pareça confiável. O criminoso se alimenta da confiança da vítima”, alertou.
Casos como o da ouvinte Marli Santos, que relatou à rádio receber mais de 50 ligações diárias, também foram abordados. Segundo o delegado, é possível solicitar bloqueios de chamadas indesejadas por meio do serviço da Anatel, por meio do site https://www.naomeperturbe.com.br/
Criminosos migraram da violência para os golpes digitais
Marcos Vinicius trouxe ainda um dado preocupante. Enquanto os estelionatos aumentaram 408% no Brasil desde 2018, os crimes de roubo diminuíram 51%. “Os criminosos estão migrando para o estelionato porque é mais lucrativo e menos arriscado. Não há exposição direta nem violência, o que dificulta as investigações e a punição”, explicou.
Ele ressaltou que, mesmo com registros e boletins de ocorrência, é muito difícil reaver o dinheiro perdido em golpes virtuais. Isso porque os valores são rapidamente transferidos entre várias contas, muitas vezes abertas com dados falsos, dificultando o bloqueio judicial.
Próxima ENTREVISTA: golpes bancários e falsas promessas de resgate de valores
A série de entrevistas prossegue nas próximas quintas-feiras, sempre dentro do programa Revista Maristela. O próximo tema será o “golpe do banco”, em que criminosos se passam por instituições financeiras para informar valores a receber ou taxas inexistentes, enganando as vítimas com promessas de vantagens.
“Banco nenhum liga oferecendo dinheiro ou pedindo pagamento de taxa via telefone. Vamos aprofundar esse golpe, porque ele tem causado prejuízos enormes, principalmente entre pessoas idosas”, antecipou o delegado.
Confira a entrevista: https://www.youtube.com/watch?v=PD4yQ0FusyM
FOTO: FREEPIK
