Abre-se mais um tempo de campanha eleitoral objetivando o pleito de outubro que irá definir a composição do poder executivo e legislativo nos municípios. Agora é para valer: não tem mais pré-candidatos. E a lógica do que se construiu como campanha é uma corrida para convencer eleitores.
Mudaram algumas regras, mas o jogo é o mesmo. Vence quer tiver mais votos. O que conta é uma regra matemática. Propostas são meras ferramentas para este fim. E quando não se tem propostas, as ferramentas podem ser outras. Vale o resultado.
Não podemos cair na tentação da generalização que prega serem todos iguais. Tem gente séria envolvida. E com bons propósitos. São quase exceções, mas estão aí também.
Nesta época sou sempre tentado a retomar experiências passadas para melhor enxergar o que se desenha pela frente. E então vou lá num horizonte muito distante preservado no livro sagrado para muitos e que conhecemos como Bíblia. Num determinado momento da história do povo hebreu, havia a necessidade de tomar algumas decisões políticas em relação ao futuro. Em meio aos debates e embates alguém contou algo assim:
“Certo dia as árvores se puseram a caminho para ungir um rei que reinasse sobre elas.
Disseram à oliveira: ‘Reine sobre nós’. A oliveira respondeu: ‘Vocês acham que eu vou deixar o meu azeite, que honra deuses e homens, para ficar balançando sobre as árvores?’
Então as árvores disseram à figueira: ‘Venha você, e reine sobre nós’. A figueira respondeu: ‘Vocês acham que vou deixar o meu doce fruto saboroso, para ficar balançando sobre as árvores?’
Então as árvores disseram a videira: ‘Venha você, e reine sobre nós’. A videira respondeu: ‘Vocês acham que vou deixar o meu vinho novo, que alegra deuses e homens, para ficar balançando sobre as árvores?’
Então todas as árvores disseram ao espinheiro: ‘Venha você, e reine sobre nós’. Então o espinheiro respondeu às árvores: ‘Se vocês querem mesmo me ungir para reinar sobre vocês, venham e se abriguem debaixo de minha sombra. Senão, sairá fogo do espinheiro e devorará os cedros do Líbano”.
(Livro de Juízes, capítulo 9, versos 8 a 15)
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