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Se alguém me quer seguir…

por Nicole Corrêa Roese

Depois de fazer uma enquete com seus discípulos sobre a opinião do povo a respeito de sua pessoa, Jesus perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Ao que Pedro respondeu categoricamente: “O Cristo de Deus”. E Jesus proibiu os discípulos de contar isso a alguém. Depois disse a todos: “Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida vai perdê-la; e quem perder a sua vida por causa de mim, esse a salvará”.

As palavras de Jesus: “Se alguém quer seguir-me, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me” são sempre muito atuais. Assim como a pergunta: “E para você, quem eu sou?” Da resposta que damos a essa pergunta decorre outra, que deve levar em conta a exigência elucidada por Jesus.

Uma vez feita, de modo consciente e firme, a opção pelo seguimento de Jesus — porque cativados por seu amor e misericórdia demonstrados para com todos —, não fica difícil assumir as cruzes e as perseguições implicadas, pois o que nos interessa é seguir Jesus. Essa disposição faz perder o medo, dá força para arriscar a vida pela causa do Evangelho. Para nós, o verdadeiro sentido da vida é o seguimento de Jesus. Isso vale mais que todas as riquezas e benesses do mundo.

Ao longo do caminho, Jesus falou várias vezes de conflitos, ameaças e da morte que iria encontrar. Ele não quer enganar ninguém. Quis dizer também que o caminho dos discípulos não será diferente daquele do Mestre: o caminho da cruz. Até porque seria passando por ele que nos daria a salvação e a vida.

Todo verdadeiro seguimento tem suas exigências. A cruz advém das resistências e oposições ao projeto de Jesus. Portanto, não é de se estranhar o fato de encontrarmos cruzes a carregar, desafios e conflitos a superar, resistências até mesmo de familiares e amigos. Os discípulos custaram a entender isso. Até a última hora perguntam: “É agora que vais restaurar o Reino de Israel?”

Na cabeça dos discípulos ainda havia a visão de uma sociedade marcada por privilégios e divisões. Ao longo do caminho, Jesus sempre alertou seus discípulos a não se tornarem um grupo fechado, fanático, considerando-se os únicos capazes de vencer o mal.

Essa exigência de Jesus nos faz reconhecer que o seguimento tem seu preço. Assim, Jesus foi formando os seus discípulos, jogando limpo com eles e ajudando-os a compreender as exigências do Reino. Foi uma caminhada importante, uma verdadeira escola de formação. Não nos assustemos com as exigências. Olhemos o prêmio que nos é reservado.