Home GeralCâmara aprova licença menstrual de até dois dias por mês para trabalhadoras com sintomas graves

Câmara aprova licença menstrual de até dois dias por mês para trabalhadoras com sintomas graves

por Nicole Corrêa Roese

A Câmara dos Deputados aprovou na última terça-feira (28) um projeto de lei que pode mudar a rotina de muitas brasileiras. O Projeto de Lei 1249/22 garante licença de até dois dias consecutivos por mês para mulheres que enfrentam sintomas menstruais graves, como cólicas intensas e dores incapacitantes. A proposta segue agora para análise do Senado Federal.

Pelo texto aprovado, o benefício valerá para trabalhadoras com carteira assinada, empregadas domésticas e estagiárias. O afastamento será remunerado e deverá ser comprovado por laudo médico, atestando que a mulher não está em condições de exercer suas atividades naquele período.

A medida, de autoria da deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), teve relatoria da deputada Professora Marcivania (PCdoB-AP), que defendeu a importância da proposta como uma forma de garantir mais equidade no ambiente de trabalho e promover cuidados em saúde ocupacional.

“Cerca de 15% das mulheres enfrentam sintomas graves, com fortes dores na região inferior do abdômen e cólicas intensas, que chegam, muitas vezes, a prejudicar a rotina”, explicou Jandira Feghali durante a votação.

Segundo o substitutivo aprovado, caberá ao Poder Executivo definir como o laudo médico será apresentado, qual será seu prazo de validade e de que forma precisará ser renovado, considerando as particularidades de cada função.

A proposta reacende o debate sobre saúde menstrual e direitos trabalhistas no Brasil, tema que já vem ganhando espaço em outros países. Em lugares como Espanha e Japão, por exemplo, a licença menstrual já é reconhecida por lei e busca justamente respeitar as limitações que o ciclo menstrual pode impor a algumas mulheres.

Se aprovada também no Senado, a nova regra passará a integrar a legislação trabalhista brasileira, representando mais um passo em direção à valorização da saúde da mulher e ao reconhecimento das diferenças biológicas no ambiente de trabalho.

FOTO: FREEPIK