A segunda-feira (17) marcou o início oficial da cobrança do estacionamento rotativo em Torres, e a Rádio Maristela acompanhou os primeiros momentos dessa nova fase no trânsito da cidade. Logo após o início da fiscalização, às 9h, a Unidade Móvel percorreu as principais ruas da área azul e constatou um cenário inesperado: vias tradicionalmente cheias estavam praticamente vazias, enquanto ruas paralelas e sem tarifa enfrentavam lotação máxima.
Na Avenida Barão do Rio Branco, conhecida pela dificuldade diária de estacionamento, a situação chamou atenção. Em locais onde costumava ser quase impossível encontrar vaga, sobrou espaço. Em frente ao comércio, lojistas relataram que a mudança era aguardada há anos, justamente para garantir maior fluxo e facilitar a vida de quem precisa acessar as lojas. Com a cobrança em vigor, a rotatividade prometida pelo sistema apareceu já nas primeiras horas.
O mesmo não ocorreu nas ruas próximas, fora da zona tarifada. A reportagem constatou um movimento completamente inverso: todas as vagas ocupadas e motoristas circulando repetidas vezes em busca de um espaço gratuito. Nesses trechos, o trânsito mais carregado mostrava que muitos condutores preferiram evitar o pagamento logo no primeiro dia de implantação.
Durante o percurso, a equipe da Rádio Maristela também registrou dúvidas entre os motoristas. Mesmo depois do período educativo de um mês, alguns ainda desconheciam o início da cobrança, enquanto outros baixavam o aplicativo somente agora, com o auxílio dos monitores da empresa responsável pelo controle do rotativo. A presença das equipes nas calçadas foi essencial para orientar quem ainda não estava familiarizado com o sistema.
A moradora de Torres e gerente de um clube no centro, Deise Gomes, avaliou a estreia com cautela e levantou preocupações, especialmente em relação ao impacto para quem trabalha na região. “Acho que toda mudança é válida, porém tem que ser pensada com mais coerência. Todos sabemos que precisa muito de um rotativo, mas colocaram em muitas ruas. Poderiam ir incluindo aos poucos… Ainda assim, o mais prejudicado é o trabalhador”, desabafou.
IGOR LINS