O delegado de Polícia Civil de Torres, Marcos Vinícius Muniz Veloso, participou, na manhã de ontem (27), do programa Revista Maristela, onde abordou uma série de temas que têm preocupado a comunidade de Torres e região. Entre os assuntos, destacou-se a suspeita de envenenamento de bolinhos encontrados nas ruas, o combate aos maus-tratos contra animais, a crescente onda de golpes, especialmente o golpe do falso advogado, e o destino de bens apreendidos em ações contra o tráfico de drogas.
ENVENENAMENTO DE ANIMAIS
Sobre os bolinhos supostamente envenenados espalhados pela cidade, o delegado reforçou que qualquer pessoa que encontrar objetos suspeitos deve acionar imediatamente a Brigada Militar. A corporação é responsável por recolher o material e entregá-lo à Polícia Civil, garantindo a cadeia de custódia da prova.
Marcos alertou que levar o objeto para casa ou entregá-lo diretamente à delegacia pode invalidar toda a investigação. “Isso quebra a cadeia de custódia. O advogado vai alegar nulidade e o inquérito pode ser totalmente anulado”, explicou.
O delegado afirmou que já possui experiência na condução de inquéritos envolvendo envenenamento e que o material pode ser enviado para análise, não apenas por risco a animais, mas também a pessoas em situação de vulnerabilidade.
O delegado explicou também que, desde março de 2025, uma servidora atua exclusivamente investigando esses delitos, mesmo antes da formalização do chamado “Cartório dos Animais”.
Marcos relatou reuniões com representantes da Prefeitura e de entidades ligadas à causa animal e destacou a necessidade urgente de uma rede de apoio, incluindo veterinários que possam fornecer laudos em casos de flagrante de maus-tratos. “Sem o laudo veterinário não é possível prender o autor. E também precisamos saber para onde vai o animal após o flagrante”, explicou.
A delegacia solicita uma escala de veterinários que possam atender chamados de forma rápida, além de um local adequado para acolher cães e gatos apreendidos.
DENÚNCIAS: 181 É O CANAL OFICIAL
O delegado reforçou que qualquer denúncia, seja de maus-tratos, tráfico ou outros crimes, deve ser registrada no Disque Denúncia 181. “Quando vai para o 181, vira documento. Chega formalmente à delegacia, o que permite iniciar investigação”, destacou.
GOLPES DO FALSO ADVOGADO NO RS
Embora Torres registre queda nos golpes, o delegado afirma que, em nível estadual, o crime segue crescendo, especialmente o golpe do falso advogado, que costuma envolver pedido de depósito antecipado.
Ele recomendou cautela. “O estelionatário encanta a vítima primeiro. Se pedir pagamento antes de receber qualquer valor, desconfie.” Também alertou para golpes envolvendo locações de imóveis para a temporada. A orientação é priorizar plataformas seguras, hotéis, pousadas ou proprietários conhecidos.
FOTO: IGOR LINS