Home PolicialNovos casos de suspeita de envenenamento de animais em Torres preocupam moradores

Novos casos de suspeita de envenenamento de animais em Torres preocupam moradores

por Melissa Maciel

Além de Areia Grande, Campo Bonito e Tamburiki também registram mortes de cães e gatos; Polícia segue investigando.

Comunidade segue mobilizada e pede justiça diante das mortes cruéis de cães e gatos | ARQUIVO PESSOAL

A série de mortes de animais por suspeita de envenenamento em Torres teve novos desdobramentos nesta semana. Após os 19 cães mortos no bairro Areia Grande desde o início de junho, novas ocorrências foram registradas na terça-feira (8) e quarta-feira (9) nos bairros Campo Bonito e Tamburiky. De acordo com relatos de moradores, dois cães e um gato foram encontrados sem vida, apresentando sintomas semelhantes aos dos casos anteriores, levantando a suspeita de envenenamento.

A reportagem do Jornal do Mar / Rádio Maristela conversou com a advogada Lillian Machado, uma das primeiras vítimas do bairro Areia Grande, que confirmou que não houve novos registros de mortes em sua localidade desde a última semana. Ela segue colaborando com as investigações e informou que os materiais recolhidos, como restos de carne contaminada, estão sendo analisados por um veterinário da região. A expectativa é de que o laudo laboratorial possa identificar o tipo de substância utilizada e ajudar a rastrear sua origem.

“Seguimos acompanhando com preocupação. Os casos nos outros bairros têm características semelhantes, e isso nos deixa ainda mais apreensivos. É fundamental que a população siga atenta e denuncie qualquer atitude suspeita”, reforçou Lillian.

O tenente Guaracy, da Patrulha Ambiental (Patram), disse que a situação segue sendo monitorada. “Fizemos os registros de ocorrência e tentamos contato com vítimas e testemunhas, mas ninguém conseguiu apontar suspeitos até o momento. A investigação propriamente dita está nas mãos da Polícia Civil”, explicou. Ele alertou ainda que, para qualquer ação mais invasiva, como vistorias em residências, é necessário mandado judicial, o que depende de indícios concretos a serem levantados pela investigação.

Apesar da semelhança entre os casos, a Patram ressalta que ainda é cedo para afirmar se há ligação direta entre os episódios registrados nos três bairros. “Não podemos afirmar a relação entre os casos sem provas, mas estamos acompanhando e repassando todas as informações à Polícia Civil”, concluiu o tenente.

O secretário do Meio Ambiente e Urbanismo de Torres, Douglas de Oliveira Gomes, informou que, mesmo sem atribuição legal direta sobre o caso, a pasta viabilizou, de forma colaborativa, o envio de amostras dos animais mortos por suspeita de envenenamento a um laboratório especializado em Porto Alegre. Os exames laboratoriais, conduzidos pela Clínica Cuidare, têm prazo estimado de 40 dias para serem concluídos. A Secretaria reafirmou que, tão logo os laudos sejam emitidos, eles serão imediatamente encaminhados às autoridades competentes.

INVESTIGAÇÃO E LEGISLAÇÃO

A Polícia Civil está conduzindo as investigações e segue pedindo apoio da comunidade. Qualquer informação que possa auxiliar na identificação dos responsáveis pode ser repassada de forma anônima.

Matar animais com uso de veneno é crime previsto no artigo 32 da Lei de Crimes Ambientais (Lei Federal nº 9.605/98), com pena de 2 a 5 anos de reclusão, além de multa e proibição de guarda, conforme estabelecido pela Lei nº 14.064/2020. Quando há intenção deliberada de matar vários animais, a pena pode ser agravada por caracterizar crime continuado e com uso de método cruel.

Canais para denúncia:

  • Polícia Civil de Torres: (51) 3665-7813 / WhatsApp (51) 98682-7877
  • Brigada Militar: 190
  • Patram (Patrulha Ambiental): (51) 98608-0839
  • Delegacia Online: www.delegaciaonline.rs.gov.br
  • Rádio Maristela: (51) 3664-1110