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SUPERAÇÃO ENTRE A ARTE E O DESASTRE

por Nicole Corrêa Roese

Guilherme Costa, conhecido como “Cachorrão” nadou exatos vinte e dois mil, duzentos e setenta e seis (22.276) centésimos de segundos. Mas faltaram 26 centésimos para classificar-se com um pódio que lhe daria uma medalha olímpica. Ficou em 5º lugar na prova dos 400 metros nado livre.
Que loucura!

Um atleta se prepara durante longas jornadas. Considerando o intervalo entre duas olimpíadas são aproximadamente 1.500 dias. Ou então cento e trinta milhões (130.000.000) de segundos. Ou ainda, aproximadamente 13 bilhões (13.000.000.000) de centésimos de segundo. E aí deixa de se consagrar por apenas 26 centésimos.
É loucura, mas ao mesmo tempo é a mágica que move milhões de pessoas a buscar um momento de superação. Consagração para alguns e conquistas para uma espécie que se intitula humanidade. Nas olimpíadas, além das maravilhosas expressões de arte, assistimos o desafio de superação sem limites. Porque os índices que hoje são o extraordinário, serão metas a serem ultrapassadas na próxima.

Algumas expectativas de medalhas para o Brasil viram-se frustradas exatamente por este passe de mágica da superação. Não basta reafirmar onde já se chegou. É preciso ir além.
Os jogos são uma representação da disputa que desejamos encarar no dia a dia. Queremos sempre mais amplificar nossas conquistas. E o que vale para a grandeza da dignidade o vale também para as mazelas de quem arquiteta a maldade, o ódio e a mentira.

Comentava nesta coluna, na semana anterior, a “desconsolidação da democracia” numa referência ao movimento de superação nas práticas discriminatórias e de exclusão ao diferente. Toda a tecnologia que está a serviço de novas conquistas e avanços coloca-se aí também disponível para favorecer apenas alguns em detrimentos de outros.
A Inteligência Artificial (IA) é artificial porque não é humana. Não tem capacidade ética a não ser a partir de algoritmos que lhe forem disponibilizados. Tanto pode contribuir para a construção de uma sociedade solidária quanto para uma sociedade da mentira e do ódio. E neste quesito, supera-se a cada novo passo, como numa olimpíada. A diferença é que as olimpíadas ainda são humanas e humanizadas. Aí superação é arte. Noutro caso, desastre.

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