Home Última HoraQuiosqueiros relatam dificuldades e temem prejuízos com novo edital da Prefeitura de Torres

Quiosqueiros relatam dificuldades e temem prejuízos com novo edital da Prefeitura de Torres

por Melissa Maciel

Representantes do grupo de quiosqueiros de Torres, Lair Júnior Webber, Alexandre Fogaça e Pâmela Medeiros, manifestaram preocupação com as mudanças promovidas pela Prefeitura Municipal no processo de licitação dos quiosques para o verão 2025/2026. Em entrevista à Rádio Maristela nesta quinta-feira (13), os participantes relataram frustração com o cancelamento do primeiro edital, no qual haviam sido declarados vencedores, e destacaram que o novo documento praticamente dobrou os valores de lance mínimo em alguns pontos da orla.

Segundo Lair Júnior, o cancelamento do edital e a publicação de um novo processo com valores elevados podem impactar diretamente o custo dos produtos oferecidos na beira-mar. “Uma água que custava R$ 6 poderá passar a R$ 10. Isso não por culpa dos quiosqueiros, mas da administração, que tornou inviável o trabalho de muitas famílias”, afirmou. O primeiro edital previa lance inicial de R$ 33 mil na Praia Grande; no novo, o mesmo ponto passou a R$ 63 mil.

Os entrevistados apontaram também a falta de tempo hábil para cumprir as exigências estruturais impostas pela Prefeitura. “As mudanças no tamanho e na estrutura dos quiosques demandam investimento e prazo de execução que não teremos, considerando que a disputa acontece no fim de novembro”, disse Lair Júnior. O grupo teme que o atraso na homologação e assinatura dos contratos comprometa a abertura dos quiosques para o Natal e o Réveillon, período mais importante da temporada.

Para Alexandre e Pâmela, que tentam participar pela primeira vez do processo, a situação representa a perda de um sonho e o risco de inviabilizar o sustento familiar. “Nós trabalhamos há anos como ambulantes e vimos no quiosque uma oportunidade de mudança de vida. Fizemos empréstimos, nos preparamos, e agora os valores se tornaram impagáveis”, relatou Alexandre. Pâmela reforçou o apelo por empatia: “Somos famílias torrenses que querem apenas trabalhar de forma digna e contribuir com o turismo local.”

O grupo afirma que continuará tentando participar do novo edital, apesar das dificuldades. “Estamos nos organizando, mas é desanimador. O edital exige CNPJ, o que gera novos custos e burocracias. Pedimos que a Prefeitura olhe para nós com sensibilidade, porque o impacto não é só nas nossas famílias, mas na própria imagem turística de Torres”, destacou Pâmela.

A Administração Municipal de Torres justificou a anulação do primeiro edital afirmando que houve um erro jurídico no processo. O novo edital prevê disputa no dia 27 de novembro. Até a conclusão, os quiosqueiros seguem sem previsão de quando poderão iniciar os trabalhos na orla.

Confira a íntegra da entrevista: